Pergunta e Resposta

P – Meu nome é Cleber, gostaria de saber se as grávidas podem tomar vacinas ou não.

R – As mulheres grávidas podem tomar qualquer uma dessas que citamos, exceto de vírus vivos, como, por exemplo, a tríplice viral, que é contra sarampo, caxumba e rubéola. Ou seja, esta mulher tem que toma-la antes de ficar grávida. Durante a gravidez não se toma vacina contra rubéola, sarampo e caxumba.

Uma outra vacina que exige precaução é a contra febre amarela, a não ser que tenha de ir para uma área de risco, quando se avalia a conveniência. Mas, de modo geral, vacinas preventivas para febre amarela, sarampo, rubéola e caxumba não se aplicam em grávidas.

 

P – Meu nome é Juliana, queria saber se as vacinas podem ser tomadas mesmo fora do período recomendado e se elas têm a mesma efetividade.

R – Sim, isso é fundamental. Algumas pessoas se atrasam no calendário vacinal. Temos recebido nas cidades do Interior carteiras escritas em japonês. Para traduzi-las contamos com nossa colega de trabalho, Magali, que é descendente de japoneses.

Foi visto que nosso esquema é mais aplicado por conta da situação epidemiológica. Por isso, mesmo essas pessoas fora das idades estabelecidas poderão, sim, ser vacinadas.

A única vacina que tem idade limite é a contra o rotavírus, sendo que a 1ª dose deve ser tomada no máximo aos 3 meses e 7 dias, e a 2ª, no máximo aos 5 meses e 15 dias. As outras vacinas, caso haja algum atraso, podem ser tomadas a qualquer tempo.

 

P – Meu nome é Isidoro Yamanaka e sou agrônomo. No Japão, existe uma preocupação: Qual é a solução que podemos adotar em relação à gripe aviária, que é uma doença que mata pessoas e está ocorrendo no Japão. O inverso pode ocorrer da gripe aviária no Japão, ou seja, o nosso pessoal pegar essa doença e trazer para cá. Existe este risco?

R – A gripe aviária, ou influenza aviária, até o momento, só afeta animais, especificamente as aves. São raros os casos em que houve ocorrência de influenza em humanos. Isso ocorre por conta de contato mais íntimo na convivência com as aves infectadas pela influenza aviária.

Qual é a grande preocupação? O influenza é um vírus de mutação muito grande, muda muito rápido. Pode ocorrer, nessas mutações, de o vírus se transformar e aumentar a capacidade de transmissão pessoa-pessoa e, quando isso ocorrer, a pandemia estará declarada. Até o momento, o que se tem registrado é uma transmissão pequena, não em proporções do que seria uma pandemia.

A transmissão desse vírus é do animal para o ser humano. No momento, a transmissão pessoa a pessoa ainda não foi relatada. Isso nos dá um tempo para nos organizarmos para que, quando isso ocorrer, ou seja, a partir do momento em que o vírus tiver a capacidade de transmitir de pessoa para pessoa, todas as medidas de cuidado possam ser tomadas, não apenas no Japão, mas em todos os países.

Em vários países já existe um esquema de proteção, de programação e de espera pela produção de uma vacina. Os Estados Unidos já têm um meio caminho andado para produção da vacina. Mas, no momento, não temos nenhuma proteção em especial.

O importante é o diagnóstico precoce. É fundamental avaliar as pessoas que lidam com animais, com aves, ou que tenham contato mais próximo, ao apresentarem sintomas de febre e quadro respiratório comprometido.

 

P – Meu nome é Reynaldo, sou de Suzano. Gostaria de saber as informações sobre uma enfermeira que verifica as carteirinhas do pessoal que retorna do Japão. Este posto seria em São Paulo?

R – É o seguinte: nosso programa coordena as ações de vacinações no Estado como um todo. Às vezes, vêm carteiras de alguns locais que não dispõem de pessoas que possam traduzir, como Bastos, Marília, e outras regiões onde há grande concentração de japoneses. Então, eles passam por fac-símile e nós ajudamos na tradução. Mas isso é raro.

 

P – Reynaldo – Pergunto isso porque faço parte da Prefeitura de Suzano. Lá esta tradução não é feita, e acabamos revacinando as crianças em todos os tipos de doenças.

R – Realmente, se precisar, podemos combinar e a Magali poderá ajudar nessa tradução, e assim não será preciso revacinar novamente.

 

P – Ricardo – Gostaria de saber se essas vacinas podem ser tomadas ao mesmo tempo, ou se é preciso de um intervalo de dias?

R – Se a pessoa estiver na idade possível, não haverá problemas.

Depende também, no caso de bebês, se forem muito pequenos. Há algumas vacinas que, dependendo da idade, não devem ser aplicadas, como a tríplice viral contra sarampo, rubéola e caxumba, que não se aplica em crianças com menos de uma no de idade, ao não ser em situações de surto.

Então, desde que esteja na idade adequada, podem sim, e é para isso que a gente trabalha. Assim, se teve algum atraso, no dia em que ela foi à sala de vacina aproveitamos a oportunidade para acertar todas as vacinas em atraso.

Podem ser aplicadas no mesmo dia: Hepatite B, tetravalente, sabin, desde que haja local para aplicação adequada. Ou seja, não existe um número limite de vacinas a serem aplicadas.

Nosso trabalho é assim: não podemos deixar para depois, todas são doenças importantes. Graças à presença dessas vacinas parte das doenças em nosso país está controlada, e algumas erradicadas, como ,por exemplo, a paralisia infantil.

 

P – Dr. Masato – Quando fui procurar a Dra. Sato, falou-se que a vacina preventiva para Hepatite B só se aplica até os 20 anos de idade, e que seria importante que todos tomasse, mas o Estado não disporia dessas vacinas por causa desse limite de idade. Como fica isso?

R – Quanto ao limite de idade, depende da região. Os Estados considerados de risco quanto à Hepatite B também fazem a vacinação até 20 anos.

No Brasil, Estados como Amazonas, Espírito Santo e uma parte da Santa Catarina são considerados de risco, e a vacina é aplicada tanto em bebês quanto em adolescentes. Então, é essa ideia: acima de 20 anos é aplicado para grupo de risco. E quais são os chamados grupos de risco? Além de aplicar em todos até 20 anos, acima desta idade tomam as pessoas que trabalham na área de saúde e, em nossa cidade, em especial nos presídios; aquelas que fazem manicure, podólogos, os que doam sangue, os que são transfundidos, os que fazem diálise penitorial.

O Japão não é considerado uma área de elevada prevalência de Hepatite B, mas não é por isso que vão aproveitar a deixa. Uma das vias de transmissão é através da relação sexual, por isso a importância de orientação da realização do sexo seguro, sempre utilizando a camisinha; isso tem que ser muito reforçado aos nossos adolescentes, que precisam se conscientizar da importância disso. Acima de 20 anos, independente se é morador da região de risco, esta vacina é aplicada para as pessoas que lidam com um trabalho de maior risco de aquisição desse vírus.

 

Dr. Masato

Não tenho mais preguntar, gostaria de agradecer à Dra. Helena Keiko Sato, que é médica, pediatra, e lida com essa área da maior importância, que é a imunização.

Achei muito oportuno pedir que ela viesse dar esta palestra porque acredito imprescindível que as pessoas que vão ao Japão sejam devidamente vacinadas. No Japão, muitas vezes, as vacinas são cobradas e, aqui, são aplicadas gratuitamente.