Vacinas para os adolescentes.

Junto com as famílias que estão indo para o Japão estão seus filhos de várias idades. Às vezes tem-se a falsa ideia de que as vacinas são dirigidas somente para as crianças pequenas. Isso é errado, os adolescentes também necessitam tomar reforços.

Existem, sim, vacinas especiais para os adolescentes. Portanto, antes de sair do país é preciso checar se os adolescentes já foram vacinados.

São vacinas para adolescentes contra a Hepatite B, aplicada em todo mundo, que deve ser tomada até os 20 anos de idade, porque esta é a faixa-etária de maior risco. Uma das vias de transmissão é a relação sexual. Para eles também é necessário o reforço contra a difteria, o tétano e, também, a vacina contra o sarampo.

Em síntese, é aconselhável que, antes de viajar para o Japão, tanto a criança quanto o adolescente estejam com a carteira de vacinação em dia. Ou seja, que saiam do Brasil já tendo tomado as três doses da vacina contra a Hepatite B, contra a difteria, o tétano e também a vacina SABIN, porque são estas as vacinas que é preciso tomar, independente do país para onde se vá.

Vacinas para os adultos

Quanto aos adultos, é preciso tomar o reforço da dupla DT (difteria e tétano), a tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba. Isto para todas as pessoas de até 47 anos de idade, uma faixa etária delimitada por conta da história natural de nosso Estado de São Paulo. Ou seja, qualquer pessoa com até 47 anos de idade que nunca tomou a tríplice viral, poderá comparecer a qualquer posto de saúde e tomá-la.

Vale aqui um lembrete. Através dos jornais e televisão, a população está tomando conhecimento de que no Estado de São Paulo, basicamente na Capital e outros municípios, estão aumentando os casos de rubéola. Portanto, é fundamental que esta vacina seja tomada.

Ainda em referência ao calendário vacinal para adultos, desde 1999 é aplicada a vacina contra a gripe influenza uma vez ao ano. Esta vacina também é aplicada no Japão.

Portanto, o calendário vacinal para adultos é bem enxuto: dupla DT adulto, tríplice viral e, para as pessoas com 60 anos ou mais, vacina contra gripe.

Gostaria aqui de abrir um parêntese especial para falar sobre o sarampo, doença virótica que pode acometer tanto crianças como adultos.

Os sintomas para todas as faixas etárias são: febre, tosse, coriza e uma vermelhidão que acomete todo o corpo e o rosto e, ainda, incidência de conjuntivite.

No Brasil, não temos registro de casos de sarampo desde 2000, mas a grande preocupação, quando ele ocorre, é principalmente com as crianças de menos de um ano de idade, porque são mais sensíveis e as taxas de complicações, como pneumonia, podem ser mais frequentes nesta idade.

Na pesquisa realizada foi constatado que no Japão, em algumas cidades, ainda ocorrem casos de sarampo, por isto nessas localidades a vacinação é reforçada. Os casos apontados se referem tanto a crianças quanto a adolescentes cursando faculdade.

Por estes fatos acima mencionados, vale chamar a atenção para o sarampo, a fim de alerta as famílias que estejam se preparando para viajar para o Japão.

Sobre o calendário de vacinação no Japao

Sobre o calendário do Japão, baixado do site da Organização Mundial da Saúde.

No Japão aplica-se a vacina BCG, contra tubérculo. A diferença entra Brasil e Japão, no que diz respeito à aplicação, reside no fato de que, no Brasil. Pela técnica usada, a vacina deixa uma marquinha; e no Japão é usada a técnica percutânea.

Como no Brasil, lá também se aplica vacina tríplice, com a diferença de que, aqui, esta vacina vira tetra, porque contém os anti-hemófilos.

No Japão as crianças recebem vacinas aplicadas individualmente contra difteria, tétano e a vacina Sabin. Lá, não se aplica a tríplice viral, mas duas doses da vacina contra sarampo e uma outra contra rubéola, aplicadas separadamente. A vacina contra gripe também é aplicada, como aqui no país, lembrando que lá também são aplicados reforços a cada dez anos para difteria e tétano.

Uma vacina somente existente no Japão é a contra encefalite japonesa, uma doença causada peça picada de mosquitos da espécie Culex infectados. Mas a incidência não ocorre em todo o Japão, mas somente em algumas regiões, basicamente numa ilha na região de Kansai.

Relata-se a respeito desta encefalite japonesa o aparecimento de febre, dores no corpo e, em alguns casos, a evolução para complicações neurológicas. Portanto, quem estiver se dirigindo ao Japão, com destino a esta área de risco ou mesmo para fazer turismo – até porque imagino que nesse local não deve haver trabalho – deve se lembrar de procurar obter informações a respeito desta vacina, que é aplicada a partir dos três anos de idade.

Estas eram as diferenças que queria ressaltar em relação à importância da vacinação.

Mais uma vez desejo destacar que, independente de ir ao Japão ou não, é fundamental que qualquer cidadão, ao sair do país, verifique e cumpra estes calendários básicos.

E, nunca é demais lembrar, preste sempre atenção ao sarampo, uma doença que ainda ocorre em pequena escala, mas é perigosa e precisa ser combatida.

Para finalizar, quero deixar registrado que sou da terceira geração dos imigrantes japoneses no Brasil. Meus avós paternos vieram de Fukushima, instalaram-se em Itaquera, bairro localizado na zona leste de São Paulo, e trabalharam como agricultores. Já meus avós maternos vieram de Nagano e Hokkaido, foram morar em Araçatuba, interior de São Paulo, e trabalharam na plantação de café.

Quero deixar aqui meu muito obrigado e dizer do grande orgulho pelo fato de estar aqui e poder transmitir um pouco de tudo que tivemos possibilidade de estudar e contribuir para a troca de experiências.

Muito obrigada.