Retirado dos Anais do Simpósio Internacional Comemorativo do 15º Aniversário da Constituição do CIATE – 2009

Helena Keico Sato

Diretora Técnica da Divisão de Imunização da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo

Primeiramente, quero agradecer o convite para proferir esta palestra sobre vacinas. Trabalho nesta área, de nível federal, há 20 anos, e há três anos como diretora desta divisão, que coordena as atividades de vacinação no Estado de São Paulo.

Quando tivemos a preocupação de falar sobre as vacinas às pessoas que viajam ao Japão, fiz um levantamento do calendário vacinal para aquelas que moram no Japão, a fim de comparar com aquele destinado às nossas crianças brasileiras, como também aos adultos e adolescentes. Durante a palestra mostrarei este calendário para constatar que as diferenças são muito pequenas.

Antes de as pessoas saírem para viajar para qualquer parte do mundo, é fundamental que todas as vacinas, quer para crianças, quer para adultos, estejam em dia, ou seja, que todas as que estaremos relacionando sejam adequadamente aplicadas e recebidas.

Vou detalhar cada uma delas e, no final, mostrar o calendário do Japão. A única situação em que termos diferença consta de uma relação que ao final será demonstrada.

No Brasil, os últimos casos de sarampo ocorreram em 200, mas, no Japão, o sarampo ainda ocorre em algumas províncias. Então, este é o alerta para quem está saindo daqui e indo para lá: É preciso tomar cuidado.

Observe o calendário do Estado de São Paulo, não vou entrar em detalhes, mas posso dizer que, no total, hoje, no Estado de São Paulo, são 12 as vacinas aplicadas. Começando pela primeira linha, ao nascer. Não só o no Estado de São Paulo, como no Brasil, a preocupação começa logo na maternidade: são duas vacinas: BCG e contra Hepatite B. DCB é conhecida como aquela que deixa marquinha no braço, que protege contra tuberculose, principalmente contra as formas graves. A causa da tuberculose é uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, e a forma que mais preocupa é a que afeta o cérebro, resultando na meningite; e a forma que afeta o pulmão, a mais disseminada. No Japão, por ser um país desenvolvido, os casos de tuberculose sofreram uma redução muito importante. Mas, no Brasil, e em outros países em desenvolvimento, esta doença ainda é muito importante. Por isso é fundamental que essas crianças, logo ao nascer ou no 1º ano de vida, tomem a vacina BCG.

Outra vacina importante, que está no calendário vacinal do país desde 1999, é a que previne contra a Hepatite B, um vírus transmitido pelo contato com sangue contaminado ou por relação sexual com alguém infectado por este vírus.

O Estado de São Paulo não é considerado área de grande circulação do vírus Hepatite B. No entanto, é importante lembrar que 10% das pessoas infectadas na fase adulta por este vírus poderão se tornar portadores da Hepatite B. Entre os portadores, no decorrer da via 20% deles poderão desenvolver cirrose hepática – que não tem nada a ver com cirrose alcoólica – em decorrência da contaminação pelo vírus; e 25%poderão evoluir para o tumor hepático. Portanto, a vacina contra a Hepatite B é importante também, no futuro, para prevenção do câncer.

A vacina contra Hepatite B é aplicada em três doses. De nada adianta uma apenas, é fundamental tomar as três doses para que a pessoa esteja realmente protegida: a 1º dose ainda na maternidade; a 2º aos dois meses de vida; e a 3º aos seis meses de vida. Somente com as três doses, aplicadas nos seis primeiros meses de vida, a criança estará protegida pelo resto de sua vida.

Quis começar com este calendário para que os pais que estejam se preparando para viajar com seus filhos nesta faixa etária saibam da importância desta vacina e que aqui ela é aplicada gratuitamente.